quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Me falaram que cresci...

Meu meu peão não gira mais, meus bonecos ficaram sedentários e se cansam logo de dar chutes e saltos acrobáticos. Venceu os IPVA's do meus carrinhos ultravelozes. Onde, de uma torre que eu observava e dava tiros nos inimigos, hoje tem só um simples pé de ameixa. Roubaram do meu pai aquela roupa azul com capa vermelha que só eu via. Aquelas criaturas abomináveis com três olhos, cabelos compridos e sujos, unhas compridas e desformes, boca cheia de feridas e salivando, corpo com partes de escama e partes alienígena, com cheiro de churume. Monstros que sofreram metamorfose e se trasnformaram em seres que fazem fazer sentido algumas reações até então não sentidas. Mudaram algumas coisas simples para algumas que eu não conhecia, e mais complicadas, tipo; de brincar sem limites, para ter responsabilidade; de ser sempre sincero, para ter pudor; de ser inocente para ser incrédulo; de estar sempre pronto, para ser egoísta; de compartilhar meus devaneios, para guardá-los num baú qualquer. Pois simplesmente me falaram que eu cresci! Às vezes passo por um campinho de terra batida; por guris com bodoque, em frente a uma escola primária no horário do “recreio” se divertindo com intensidade como se só aquele momento importasse. Me falaram que cresci...

2 comentários:

  1. Este texto já conhecia... e ele nunca deixa de ser profundo, verdadeiro e triste ao mesmo tempo.
    Já escrevi algo sobre isso...crescer: dolorido e necessário. Um abraço para meu gênio preferido. =]

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